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Diversidade no mercado jurídico: o que ainda precisa evoluir? Parcelas da população vistas como minoritárias ainda encontram grandes desafios no mercado profissional. E isso pode não ser diferente no segmento jurídico, mesmo que ele tenha se desenvolvido em relação ao tema diversidade. Quer algumas informações importantes sobre esse assunto? Vale a pena ler este artigo.

Profissionais de Direito têm atuado fortemente para assegurar a inclusão de minorias no Brasil. Uma ação que demonstra esse empenho do setor são os esforços que resultaram na equiparação da LGBTfobia ao crime de racismo, por exemplo.

E o chamado à diversidade também acontece, cada vez mais, dentro do próprio mercado jurídico. Além de contribuir para a justiça social, é uma movimentação que colabora para potencializar vantagens competitivas. Para saber detalhes sobre esse assunto, continue a leitura deste artigo.

Crescimento da inclusão no universo jurídico 

Em relação à inclusão, qualquer advogado já deve ter passado por situações que sinalizam as transformações no universo do Direito nas últimas décadas. Não era de se estranhar, nos anos 1970, departamentos jurídicos inteiros compostos apenas por homens brancos. 

Em partes, é uma informação que contrasta com a realidade atual do setor. Por exemplo, as mulheres já são mais da metade entre os advogados de até 40 anos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). É o que mostra o site especializado Jota em pesquisa divulgada no mês de janeiro de 2020. 

Não é de hoje que a inclusão de parcelas da população vistas como minoritárias vem crescendo em muitas áreas profissionais. E, no Direito, há um grande esforço conjunto feito em diversas frentes para que isso se expanda.

Por outro lado, a estimativa é que pessoas negras correspondam a apenas 1% dos advogados dos grandes escritórios. É um sinal de que o caminho a ser percorrido é longo. 

Em 2019, houve uma amostra bastante significativa de que esse é um tema que conquistou enfoque no mercado. A Unilever, uma das grandes multinacionais presentes no Brasil, trouxe uma inovação ao apresentar a campanha intitulada Manifesto pela Diversidade e Inclusão no Mercado Jurídico. Essa ação teve início na Europa poucos meses antes. Ou seja, trata-se de uma preocupação global.

O objetivo é que grandes organizações estimulem a equipe interna e parceiros de negócios, como um escritório de advocacia, a também buscarem a inclusão em seus quadros. E mais de 20 companhias são signatárias do manifesto. 

Por que inclusão é importante para a sociedade?

Pessoas com diferentes etnias, orientações sexuais, identidades de gênero e deficiências ainda não alcançaram espaços igualitários no mercado de trabalho. É o que explicitam diversas pesquisas. 

Ainda são grandes os desafios a serem superados, tanto em termos quantitativos como qualitativos. No Brasil, homens brancos chegam a ganhar remuneração 27% maior que mulheres da mesma etnia e até 74% a mais que homens negros. Também há estudos apontando que mulheres negras recebem menos da metade da remuneração que eles.

No que se refere à orientação sexual, um levantamento do LinkedIn demonstra que mais de 40% dos participantes alegaram ter sofrido discriminação velada ou direta no ambiente profissional. Apenas metade dos entrevistados abordou abertamente o tema da sua orientação na empresa. 

Outra pesquisa, da Center for Talent Innovation e um pouco menos recente, aponta que 61% de pessoas da comunidade LGBT+ no Brasil ainda preferem não falar sobre esse detalhe de suas vidas no trabalho.

Buscar acesso igualitário é essencial para que todos possam conviver em uma sociedade justa.

Vantagens competitivas da inclusão de minorias

Agir em prol da inclusão não é apenas uma questão de justiça social. Por exemplo, um estudo da empresa de consultoria estratégica McKinsey & Company demonstrou resultados benéficos de contar com um ambiente diverso em empresas. 

Ele aponta que organizações com diversidade de gênero em seus quadros chegam a ter 21% mais chances de registrar lucro acima da média. E, no caso de diversidade de etnias, esse percentual alcança 33%.

Tanto um departamento jurídico como escritório de advocacia pode aproveitar benefícios como esses. E existem diretrizes que propiciam o maior alcance da inclusão. 

Uma inovação possível de implementar é adotar a diversidade como um dos critérios envolvidos na contratação de funcionários e fornecedores, por exemplo. E outra possibilidade é estimular escritórios de advocacia ou outros parceiros de negócios para que eles adotem boas práticas nesse quesito. São atitudes possíveis até mesmo a um único advogado no dia a dia da carreira. 

Diversidade: caminho a seguir

A redução de desigualdades, a igualdade de gênero e o crescimento econômico sustentado para todos devem ser focos que balizam a evolução da sociedade. Tanto que figuram como 3 dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável traçados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O mercado jurídico tem demonstrado expressiva evolução rumo à maior diversidade no setor. Muito já foi feito, mas há pontos importantes a evoluir. A oportunidade de transformação está nas mãos dos agentes, de todos os portes, do setor.

Para continuar atualizado com conteúdo sobre inclusão e diversidade no mundo jurídico por meio da Thomson Reuters, siga acompanhando nosso blog.

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