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O futuro do trabalho para escritórios de advocacia

Para os escritórios de advocacia, a experiência de passar pela pandemia do COVID-19 acelerou diversas mudanças. Essas transformações continuarão impactando significativamente as operações, a cultura organizacional e a forma como os advogados trabalham.

O setor jurídico, tradicionalmente, acaba sendo mais lento nas mudanças quando comparado aos demais negócios. No entanto, os escritórios de advocacia foram forçados a mudar radicalmente sua estratégia operacional, a fim de reduzir ao máximo o impacto da pandemia na vida dos associados.

A crise gerada pelo COVID-19 passou pelo seu segundo ano e as lições aprendidas nessa batalha estão sendo aplicadas atualmente. Porém, fica a grande pergunta “Qual é o futuro do trabalho?”

Os escritórios de advocacia mostraram um grande poder de adaptação, provando que é possível trabalhar de forma produtiva, tanto de casa como do escritório. Dessa forma, novos processos foram adotados, assim como novas tecnologias, para que estas mudanças fossem possíveis.

Espera-se que essas tendências continuem a desafiar e a transformar os escritórios em um ritmo acelerado. Isso inclui a capacitação do cliente, adoção de tecnologias, consolidações de escritórios de advocacia e preços baseados em valor.

Enquanto isso, como as tarefas jurídicas de rotina estão cada vez mais automatizadas, é esperado que os advogados se concentrem em seu maior ativo e fonte de valor: a capacidade de fornecer conhecimento, perspectiva e orientação aos clientes.

Novos modelos de negócios estão surgindo

Ian Jeffery, líder de um escritório de advocacia, está reformulando seu futuro. Após 15 anos como sócio-gerente e CEO da Lewis Silkin, ele realizou uma grande transição. Está desenvolvendo linhas de serviço e empreendimentos comerciais que se baseiam nos casos de sucesso realizados durante seu tempo à frente da empresa.

Segundo Jeffery, a definição de um plano de negócios para uma empresa de serviços profissionais exige respostas para perguntas bastante desafiadoras. Algumas delas são: Quais serviços, para quais clientes e onde? Como diferenciar a oferta? Por que o melhor talento deveria ingressar e permanecer? Onde localizar as operações e por meio de quais plataformas entregar?

No início de 2020, época ainda pré-pandemia, estas questões eram de extrema importância. Porém, já no final do mesmo ano, as possibilidades de respostas cresceram abruptamente.

Com essa mudança na identidade das empresas, muitas delas acabaram inovando e os clientes ficaram mais dispostos a comprar serviços auxiliares de especialistas jurídicos de confiança em seus domínios.

Além disso, essa conquista das empresas em se tornarem digitais, a confiança dos clientes e a vontade de conseguir melhores resultados estão desenvolvendo novos negócios e uma gestão de talentos mais eficaz.

Mas qual é o desafio agora? Para encontrar a resposta, é preciso questionar seu modelo de negócio e envolver sua equipe nas decisões.

Parceria, tecnologia e experiência internacional

O relatório State of the UK Legal Market, publicado pela Thomson Reuters em 2021, traz as oportunidades e desafios que estão por vir para os escritórios de advocacia. Entre as descobertas estão:

  • Clientes corporativos valorizam escritórios que investem na criação de um relacionamento confiável, além de um grande entendimento das suas operações. Quase metade das empresas pesquisadas disse que a principal forma de uma empresa entregar mais valor é se comprometer com uma parceria de longo prazo.
  • Em 2020, 42% dos gastos jurídicos corporativos do Reino Unido se concentraram no trabalho internacional - maior do que a média global de 35%. Hoje, quatro em cada cinco clientes corporativos estão procurando ativamente este tipo de serviço.
  • Os departamentos de direito corporativo estão procurando empresas com serviços jurídicos inovadores e que forneçam maior flexibilidade e valor. As empresas estão adotando cada vez mais esses modelos em resposta à demanda dos clientes, à concorrência de prestadores de serviços jurídicos e ao desejo de manter os arranjos de trabalho flexíveis adotados durante a pandemia.
  • 86% dos advogados disseram que desejam manter seu trabalho no modelo híbrido, ou seja, alguns dias remoto e outros presenciais. Muitos consideraram deixar sua empresa, caso essa possibilidade não fosse oferecida.
  • Essa dinâmica está fazendo com que os escritórios de advocacia invistam mais em tecnologia e plataformas de compartilhamento de conhecimento. 75% dos sócios seniores do Reino Unido acreditam que suas empresas deveriam investir mais em tecnologia - enquanto 89% dos departamentos jurídicos corporativos desejam que os escritórios de advocacia que eles empregam busquem usos mais inovadores da tecnologia.

Foco na cultura do escritório de advocacia

Os escritórios de advocacia estão se concentrando no desejo de suas equipes por novos modelos de trabalho - incluindo a oportunidade de continuar trabalhando em casa pelo menos parte do tempo. Isso exigirá que os líderes determinem que tipo de modelo híbrido funciona melhor para sua empresa.

Essa transição será mais difícil e terá maiores implicações para advogados e gerentes mais jovens, porque seus relacionamentos e redes são menos

desenvolvidos e eles correm o risco de perder treinamento e orientação quando trabalham remotamente.

Clare Beresford, CEO da empresa de recrutamento jurídico global Lawrence Simons Search, diz que as empresas também precisam avaliar se suas iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) foram severamente afetadas pela pandemia. Este tipo de programa acabou reduzido enquanto as empresas estavam preocupadas em administrar os efeitos da pandemia.

Conforme os escritórios de advocacia se adaptam para um futuro pós-pandêmico, eles estão explorando quais práticas de trabalho devem ser mantidas e quais devem ser abandonadas. Por exemplo, quanto tempo os advogados ficarão no escritório e quando trabalharão remotamente? Quando é necessário um encontro presencial ou em viagem e quais são as implicações para o relacionamento com o cliente e a eficiência operacional? Quais processos devem ser automatizados?

O setor jurídico tem a oportunidade de mudar significativamente a maneira como funciona. Porém, este momento requer uma grande responsabilidade para poder avançar de forma eficaz e assertiva.

Para fazer isso, é importante que as empresas tenham como base para decisões seus princípios e valores. Faça o que é certo com os seus clientes e colegas. Você saberá que está fazendo a coisa certa 99,9% do tempo!

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