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22 de fevereiro de 2021
O poder da transformação digital nos Departamentos Jurídicos Corporativos
Muito se fala sobre a necessidade de investir em estratégias de transformação digital em todos os mercados. Mas quais são as vantagens que os departamentos jurídicos podem notar depois deste investimento? Dan Lange, CEO da Deloitte, aborda o assunto nesta entrevista. Confira!
Você já se perguntou quais são as iniciativas que a indústria jurídica precisa colocar em ação para fazer parte da Quarta Revolução Industrial - aquela que tem transformado todas as indústrias com uma velocidade sem precedentes?
Para tentar responder a esta dúvida, Dan Lange, CEO da Deloitte Legal Business Services, respondeu algumas perguntas sobre como os departamentos jurídicos corporativos podem se juntar à revolução impulsionada pela tecnologia.
Confira a conversa a seguir e entenda melhor sobre o potencial disruptivo da transformação digital na área jurídica das corporações.
Tecnologia no mercado jurídico: entrevista com o especialista Dan Lange
Acompanhe agora as respostas do especialista às questões feitas por Rose Ors, da ClientSmart.
Rose Ors: A necessidade do setor jurídico de se juntar à Quarta Revolução Industrial, sobretudo ao concentrar os esforços na transformação digital, tem sido um dos assuntos mais comentados nos últimos tempos. O que significa “transformação digital” no contexto de um departamento jurídico corporativo?
Dan Lange: Alguns acham que a transformação digital envolve a adoção e o uso de tecnologia; outros acreditam que se trata de usar dados para obter insights de negócios. Cada um está parcialmente correto.
A transformação digital requer tecnologia e dados, mas o que vai impulsionar a mudança é a capacidade do conselho geral e demais colaboradores de reimaginar formas de otimizar o valor do departamento para a empresa que atende.
Rose Ors: Quais são as mudanças mais significativas que os departamentos jurídicos precisam fazer?
Dan Lange: Os departamentos jurídicos normalmente não acumulam ou utilizam os dados necessários para se transformarem. As decisões quase sempre continuam dependendo da intuição e da experiência do advogado que as toma. Uma transformação bem-sucedida requer uma estratégia de dados e também um conjunto de dados rico e confiável que pode ser explorado para insights significativos e rápidos. Os resultados, é claro, são decisões mais inteligentes e resultados mensuráveis.
Rose Ors: Pode nos dar um exemplo?
Dan Lange: Vamos citar os contratos. Um repositório de contratos de alta qualidade está se tornando uma grande aposta entre equipes jurídicas. O armazenamento digital dos acordos, com a marcação de dados apropriada, fornece pesquisa, recuperação e relatórios rápidos. A marcação de metadados dentro dos contratos pode ajudar a medir as posições de risco e identificar marcos e prazos críticos, bem como identificar quem deve aprovar cada um deles.
Um repositório pode aumentar a eficiência, fornecendo modelos de contratos e bibliotecas de cláusulas para acelerar a redação de contratos futuros. Quando as regras de privacidade ou outras leis mudam, o repositório permite que o departamento jurídico determine rapidamente quais contratos têm cláusulas que precisam ser revisadas.
Uma transformação bem-sucedida também exige que os departamentos jurídicos empreguem a experiência multidisciplinar que muitos departamentos agora buscam. Os departamentos que investem mais em Operações Jurídicas irão acelerar o ritmo das mudanças.
Rose Ors: O que mais os departamentos jurídicos devem abordar?
Dan Lange: Os departamentos jurídicos tendem a se concentrar na mudança de aspectos individuais de suas operações de forma isolada. Essa abordagem única pode resultar em investimentos desarticulados, melhorias de processos e tecnologias que podem não funcionar bem entre si ou não estarem conectadas à empresa como um todo.
Existem muitos casos em que departamentos jurídicos corporativos definem um problema de maneira muito restrita. A tecnologia é um excelente exemplo. Um departamento jurídico vê a necessidade de uma atualização tecnológica, compra essa tecnologia e acha que ela resolverá qualquer problema maior que exista. Quando o problema persiste, eles se veem insatisfeitos com a tecnologia e acabam deixando de usá-la.
Rose Ors: Como os departamentos jurídicos podem evitar um foco muito estreito?
Dan Lange: Os departamentos jurídicos devem reconhecer que a verdadeira transformação consiste em vários elementos. Isso exigirá experiência em quatro áreas principais: gerenciamento de mudanças, melhoria de processos, utilização de tecnologia e gerenciamento de projetos. Você precisa empregar um conjunto multidisciplinar de habilidades e experiências, bem como especialistas no assunto.
Na Deloitte, lançamos o Legal Business Services para atender a essas necessidades amplas.
Rose Ors: Como será um departamento jurídico interno moderno daqui a cinco ou dez anos?
Dan Lange: Vejo um departamento jurídico onde os advogados se concentram em questões estratégicas usando dados para tomar decisões melhores e mais rápidas - um departamento que aproveita os dados e a inteligência artificial para executar tarefas de baixo risco e alto volume com mais eficiência, além de oferecer opções de autoatendimento às unidades de negócios.
O departamento também usará tecnologias que não são únicas, mas sim um conjunto de tecnologia legal conectada ao resto da organização.
Rose Ors: Quais são os benefícios dessa mudança cultural e tecnológica?
Dan Lange: Há muito tempo a maioria dos conselheiros gerais e departamentos jurídicos tem como objetivo serem vistos como parceiros de negócios estratégicos. A transformação digital os ajudará a atingir esse objetivo.
Assim como o CEO Dan Lange, empresas como a Arco-Mix, Ânima Educação e Bevap também sentiram a necessidade de investir em tecnologia para o setor jurídico. Depois de algumas avaliações, fecharam parceria com a Thomson Reuters e já estão notando excelentes vantagens.
De acordo com Roberta Diniz, Coordenadora Jurídica da Rede Arco-Mix, após a parceria, viu sua produtividade aumentar. "O que impactou muito na nossa escolha é que precisávamos de maior controle nos processos e na gestão de contratos de locação, e como vocês tinham os dois módulos na mesma ferramenta, conseguimos unir o útil ao agradável", ela conta.
Conheça mais sobre estas e outras experiências de empresas com as soluções da Thomson Reuters!