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Para onde vai a ciência de dados?
O setor jurídico, como muitos outros, passa por uma disrupção significativa devido a diversas tecnologias que fazem parte da transformação digital. E uma das inovações que ganham força rapidamente é a ciência de dados.
No Brasil, são muitos os desafios enfrentados tanto pelo poder público como pela sociedade, principalmente relacionados às muitas mudanças na legislação e a gigantesca quantidade de processos administrativos e judiciais.
E a ciência de dados pode ajudar a gestão jurídica e o advogado do futuro a lidar com a já conhecida sobrecarga de informações que dificultam principalmente uma visão exata sobre a legislação vigente. Saiba como ao ler este post.
O conceito e importância da ciência dos dados para o Direito 4.0
No sentido mais amplo, a ciência de dados engloba o uso de várias técnicas analíticas para melhor compreender, diagnosticar, e prever resultados de negócios. É um conceito um tanto novo para a gestão jurídica, mas é um campo ativo para o advogado 4.0 e uma tendência jurídica quente.
Praticamente todos os setores hoje coletam mais dados sobre suas atividades do que nunca. E este crescimento se estende além dos negócios, moldando ainda mais as expectativas.
O mundo está se tornando cada vez mais quantificado. A gestão jurídica não está imune a essa tendência, embora fique atrás de diversos dos outros setores. À medida que os armazenamentos de dados no setor crescem, também aumentará o valor latente dos dados coletados.
Os escritórios de advocacia que não coletam e analisam os dados corretos perderão oportunidades de melhorar a experiência do cliente, de mitigar riscos e maximizar seus lucros.
E, aos poucos, conceitos revolucionários vão sendo colocados em prática. Por exemplo, os resultados do Estudo de Análise Jurídica de 2020, realizado nos Estados Unidos pela ALM Intelligence e a LexisNexis, mostraram que 70% dos departamentos jurídicos e escritórios de advocacia tem acesso a análises jurídicas, contra apenas 38% em 2017.
E, segundo a pesquisa, dois fatores externos aceleraram a taxa de adoção: pressões competitivas e expectativas do cliente. Mas muito ainda precisa ser feito. Uma pesquisa realizada em 2019 pela RELX Group entrevistou 1 mil executivos nos EUA de setores como saúde, seguros, jurídico, ciência, bancos e governo.
O setor jurídico ficou em último lugar quando o assunto é adoção de tecnologias que apoiem a gestão jurídica, como o Big Data - logo à frente do governo.
Dos líderes de escritórios de advocacia pesquisados, apenas 44% disseram oferecer treinamento aos funcionários em Big Data, inteligência artificial e aprendizado de máquina. O setor jurídico também ficou para trás no uso das mesmas tecnologias e da adoção de automação.
A relação da ciência de dados com a Inteligência Artificial
Além do Big Data, uma outra tendência jurídica que organiza e extrai dados de maneira inovadora é a Inteligência Artificial, já que ela torna possível uma tomada de decisão rápida e informada.
Quando o advogado do futuro usa esse tipo de inovação ele se torna eficiente e fica mais fácil compreender e ser transparente com os seus clientes: necessidades, ameaças, concorrência, objetivos e satisfação em constante mudança. O resultado final é ganho de produtividade.
A Inteligência Artificial também é essencial na gestão jurídica. Ela ajuda a otimizar as operações internas ao identificar e mitigar riscos de forma proativa, avaliar o desempenho dos colaboradores e criar benchmarks individuais e coletivos para medir e catalisar a melhoria constante.
Usando essas técnicas já é possível desenvolver projetos inovadores, capazes de melhorar a gestão do judiciário e orientar o trabalho dos departamentos jurídicos das empresas e dos escritórios de advocacia.
Um relatório da McKinsey revelou que as organizações orientadas por dados têm 23 vezes mais probabilidade de adquirir clientes, seis vezes mais probabilidade de reter clientes e 19 vezes mais probabilidade de ter o lucro como resultado.
Os valores diferentes dos dados
Como já deu para perceber, os dados são um recurso e uma fonte de energia para o Direito 4.0. Mas nem todas as informações têm o mesmo valor.
É preciso relacioná-las a fontes relevantes, sendo coletadas e analisadas de forma a ajudar a conduzir decisões rápidas baseadas em fatos. Só porque houve a coleta dos dados não significa que eles sejam utilizáveis.
Um dos maiores problemas é o “ruído” nos dados, que podem ser imprecisos, incompletos ou inseridos incorretamente. Em essência, um conjunto de dados é tão bom quanto o que pode ser extraído dele.
É aí que o aprendizado de máquina e o processamento de linguagem natural entram em ação - essas ferramentas podem filtrar o ruído para fornecer insights funcionais que levam a decisões estratégicas. Também o ponto onde os dados e a tecnologia se cruzam com a análise humana realizada pelo advogado do futuro. Esse processo é essencial no ambiente atual de negócios em alta velocidade.
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