Todas as pessoas têm preconceitos e vieses inconscientes que atuam na formação de seus conceitos e atitudes com relação às outras pessoas. No ambiente corporativo, o assunto vem ganhando espaço sob o tema de Compliance Antidiscriminatório, principalmente por tratar de posicionamento de marca, riscos reputacionais, gerenciamento de crises, impactos econômicos e outros desafios de governança corporativa.
Com isso, surge o questionamento: como fortalecer uma cultura de compliance que seja antidiscriminatória, demonstrando que qualquer forma de preconceito e discriminação seja tratada como situação de não conformidade geradora de riscos?
Saiba mais neste blog post.
O que é o Compliance Antidiscriminatório?
Podemos conceituar o Compliance Antidiscriminatório como um conjunto de regras, normas e procedimentos que buscam detectar, prevenir e remediar qualquer tipo de prática discriminatória. Com ele, são garantidos diversos direitos aos colaboradores, fornecedores, clientes e parceiros de uma marca.
Há diferentes tipos de discriminação coibidas pelo Compliance Antidiscriminatório. Entre eles, podemos citar questões envolvendo gênero, raça, classe social, idade, orientação sexual, religião, nacionalidade, entre outros.
Também existem as diferentes possíveis situações de discriminação no ambiente de trabalho a serem combatidas pelo Compliance Antidiscriminatório, como:
- Assédio moral;
- Ofensas verbais;
- Negação de promoção devida sem justificativa;
- Solicitação de atestado de não gravidez antes da contratação;
- Salários inferiores para mulheres em funções similares às realizadas por homens.
Ainda vale ressaltar que as empresas que aderem às políticas de Compliance Antidiscriminatório têm mais facilidade de identificar, prevenir, mitigar ou afastar possíveis situações discriminatórias, evitando a geração de um passivo de contencioso de natureza trabalhista ou cível.
Ou seja, o objetivo, ao combater estas práticas discriminatórias, é buscar alcançar um ambiente mais harmônico, com respeito à diversidade e a utilização de preceitos de governança corporativa e ética empresarial.
Qual a diferença entre preconceito e discriminação?
Embora o preconceito e a discriminação sejam termos relacionados, possuem significados diferentes, sendo:
- Preconceito: opinião expressa de forma superficial em relação a determinada pessoa ou grupo, não baseada em uma experiência real ou na razão, e sim na ignorância ou em estereótipos.
- Discriminação: refere-se ao tratamento injusto ou negativo de uma pessoa ou grupo, simplesmente por ela pertencer a certo grupo, seja de etnia, idade ou gênero. É o preconceito ou racismo em forma de ação.
Sabendo dessa diferença e buscando coibir estas práticas discriminatórias, que o Compliance Antidiscriminatório se apropria da utilização do ESG (práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização) para auxiliar na realização de ações que valorizem a diversidade na prática, e não somente em projetos que não saem da fase de planejamento.
A relação entre o Compliance Antidiscriminatório e o ESG
ESG é uma sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. O termo foi criado em 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial.
Os critérios ESG estão relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global como uma iniciativa mundial que envolve várias entidades internacionais e a ONU.
Assim, o ESG busca uma verdadeira transformação nos negócios, com mais inclusão e gerando um ambiente mais ético e sustentável, que possa garantir mais qualidade de vida para todos. E o Compliance Antidiscriminatório vai ao encontro destas práticas para suportar nesta demanda mundial.
Quais são as vantagens de adotar uma política de Compliance Antidiscriminatório na sua empresa?
Além de mitigar os riscos de ocorrência de violações de direitos e discriminações, o Compliance Antidiscriminatório é um grande aliado na missão de se ter um ambiente de trabalho saudável, produtivo e de qualidade.
As organizações e empresas que são comprometidas com seu programa de compliance, transformam sua boa reputação organizacional em um instrumento genuíno de autoproteção e blindagem corporativa.
Por isso que uma empresa que utiliza o Compliance Antidiscriminatório reduz, de forma expressiva, os danos de imagem produzidos por condutas indiferentes aos valores defendidos pela organização, alcançando maior influência e reputação entre os investidores e, consequentemente, gerando um maior desenvolvimento econômico ao combinar argumentos morais, gerenciais, sociais e até econômicos como:
- Aumento da diversidade e da inovação;
- Expansão do mercado de atuação e das vendas da empresa;
- Garantia de um bom convívio e respeito à diversidade;
- Cumprimento às normas legais;
- Retenção de talentos.
Para se aprofundar no assunto e ver como você pode aplicar estas práticas na rotina da sua empresa, confira a obra Compliance Antidiscriminatório: lições práticas para um novo mundo corporativo, desenvolvido pela Editora Revista dos Tribunais com o objetivo de contribuir no fortalecimento de uma cultura de Compliance Antidiscriminatório dentro das empresas. Adquira neste link.