A alta da demanda chinesa durante a pandemia fez a relação entre Brasil e China se estreitar. Isso porque, em 2020, um a cada três produtos brasileiros exportados é destinado ao país asiático, segundo dados do Ministério da Economia.
Somente em 2020 a participação da China nas exportações do Brasil cresceu 4 pontos percentuais em relação à 2019, chegando ao recorde de 32,3%. O crescimento até então era modesto, um pouco mais de 1 ponto percentual entre 2018 e 2019. O reflexo desse aumento foi que a economia brasileira se tornou dependente da relação comercial entre os dois países.
Impactos no comércio exterior brasileiro
As principais mercadorias de exportação foram as commodities como a soja, o minério de ferro e o óleo bruto de petróleo.
Segundo o estrategista do Banco Ourinvest e ex-secretário nacional de Comércio Exterior, Welber Barral, dois fenômenos explicam essa dependência na relação entre Brasil e China.
O primeiro é o crescimento da exportação de carnes, já que a peste suína lá fez crescer a demanda pelo produto. O segundo é o efeito da retomada econômica da China, que alavancou a quantidade de outros produtos básicos demandados por eles no segundo semestre de 2020.
História da relação entre Brasil e China
A relação entre os dois países não é de hoje. Mas, a aproximação, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, avançou muito nos últimos 20 anos. A importação de produtos agro pela China saltou de US $921 milhões em 2000 para US $36 bilhões em 2020.
A pandemia do novo coronavírus também acentuou essa tendência. Em 2001, quando o movimento de expansão da economia asiática iniciou, 14% do comércio exterior brasileiro era com a Ásia. Esta presença aumentou pouco a pouco, até atingir seu recorde em 2020.
Isso aconteceu ao mesmo tempo em que diminuía a participação comercial com outros parceiros como Europa, América do Norte e os vizinhos sul americanos.
Outro fator que também contribuiu, foi o rápido desenvolvimento econômico da China nas últimas décadas. O crescimento de países como Coreia do Sul, Índia e os integrantes da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) também reforçou essa aproximação.
Em 2020, enquanto 35% dos importados pelo Brasil vieram da Ásia, 47% dos nossos produtos vendidos foram para eles. Isso tornou a relação de compra e venda de produtos agrícolas quase uma codependência.
Fortalecimento da relação entre Brasil e China
Hoje, 20% das compras feitas pelo Brasil no exterior são de bens chineses, e tem de tudo. Porém, ainda que um quinto das importações brasileiras venha do gigante asiático, essas compras representam somente 1,42% de tudo que eles vendem para o mundo, de acordo com dados da Unctad compilados pela Folha de S. Paulo.
Entretanto, é fato que a relação entre Brasil e China se consolidou. Até 2016, os Estados Unidos lideravam as vendas de produtos agrícolas para a China.
Mas, a partir de 2017, eles perderam a dianteira para os brasileiros. O gigante asiático saiu do 9º parceiro comercial do Brasil em 2001 para o 1º em 2009, mantendo a posição até hoje.
Expectativas para 2021 na exportação
O apetite chinês pelas commodities de que o Brasil depende para ter vantagem nas suas exportações – como a soja e o minério de ferro – deve crescer também em 2021.
As projeções do Banco Mundial estimam uma alta de 7,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e alguns analistas já projetam crescimento de 9%.
Um dos motivos é que, assim como a Coreia do Sul e Japão, a China também têm problemas com segurança alimentar, isto é - não são capazes de produzir o suficiente para alimentar sua população. Por isso, acabam importando muito do Brasil e ainda produzem bens que faltam no mercado brasileiro.
Além disso, a capacidade produtiva do Brasil também aumentou. O baixo preço e a qualidade tornaram nossos produtos agropecuários mais atraentes.
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) também fez projeções para 2021 e julgou que a balança comercial brasileira neste ano poderá alcançar superávit de US$ 69,018 bilhões, com uma alta de 33% comparativamente ao previsto para 2020.
A tendência de alta na importação e exportação aponta que a expectativa é que a relação entre Brasil e China continue crescendo em 2021.
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